Carta de um estudante

Estudante de Atitude sobre o Cerrado
Queridos colegas, professores e toda comunidade,

Hoje escrevo com o coração apertado para compartilhar um pouco do que estamos vivendo na propriedade dos meus pais. É difícil colocar em palavras a mistura de medo, tristeza e impotência que sentimos nesses dias.
O fogo, que começou na vizinhança, não parou até chegar à nossa casa. Foram dias de luta. Mutirões de pessoas se juntaram, enfrentando o calor e a fumaça para tentar apagar as chamas. Mas, mesmo com tanto esforço, não conseguimos impedir que parte das nossas lavouras fosse destruída. Vi gados e outros animais morrerem queimados, e essa imagem nunca vai sair da minha mente. Foi doloroso demais.
O Corpo de Bombeiros veio nos ajudar, mas demorou, porque existem muitas ocorrências acontecendo ao mesmo tempo nesta época. Eu entendo, mas o desespero de ver o fogo se aproximando e não ter como controlar é algo que não desejo a ninguém.
Escrevo essa carta não só para desabafar, mas também para fazer um pedido de coração: que todos pensem antes de colocar fogo em lixos nos quintais, principalmente nesse período de seca. Minha família já sofre com isso desde o ano passado. Perdemos muito por causa de fogos criminosos e irresponsabilidade. O Cerrado é a nossa casa, e cada descuido pode destruir histórias, sonhos e vidas.
Peço, por favor, mais consciência. O fogo não traz limpeza, ele só deixa marcas de dor e destruição. O que passamos não pode continuar acontecendo com tantas outras famílias.
Com esperança de dias melhores,
Um estudante de Itaberaí